Em novembro de 2005, o apresentador João Kléber foi o primeiro profissional de televisão a sofrer um impeachment na história da TV no Brasil, a Justiça do Estado de São Paulo impediu a exibição dos dois programas comandados pelo então apresentador da RedeTV! que exibiam pegadinhas de gosto duvidosíssimo e testes de fidelidade constrangedores e em um deles João Kléber xingou um monte de palavrões no meio de seu circo armado e combinado onde ele se dizia o dono do programa e surtou ao vivo e sem vergonha do que estava fazendo.
Aqui temos textos encontrados em blogs e outros endereços na internet sobre o que levou João Kléber a sofrer um impeachment e a rejeição das emissoras e do público ao seu trabalho marcado por humilhar e ridicularizar incautos.
Blog Assim Caminha a Humanidade
Encontro na comunidade Anti Video Show do Orkut (que reune momentos da televisão brasileira que, por várias razões, nunca serão reprisados) um momento do Eu Vi Na TV, da RedeTV!, em que o apresentador João Kléber, inconformado com a baixaria do quadro Teste de Fidelidade, solta os cachorros, gritando palavrões e passando um pito em todo mundo, atores, participantes e o auditório.
Estaria realmente o humorista e apresentador indignado com o baixo nível do programa? Seria uma jogada de marketing, algo armado? Será que João Kléber levava mesmo a sério o quadro que testa a fidelidade de casais de namorados e maridos, o qual, era já sabido, era combinado entre os participantes e do qual alguns de seus "atores" e "atrizes" saíram para trilhar carreira no cinema pornográfico?
Não foi a primeira vez que João surtou no ar, ao vivo. Várias vezes ele desabafou e até chorou nos seus programas vespertinos, em que explorava o mundo-cão e as agruras no estilo do O Povo na TV, principal modelo desse tipo de programa. Dizia que se deprimia, deitava no chão, lágrimas rolavam. "Eu não agüento esse tipo de programa. É ou não é verdade?", perguntava à sua esposa, que costumava ficar na platéia.
E por que falar de João Kléber? Para refletir sobre sua trajetória. Bom imitador, foi do rádio para a televisão. Trabalhou por uns dezoito anos na Globo, como redator e também humorista. Fez stand-up no Fantástico e
dividia o palco com Chacrinha na fase final da carreira e da vida do Velho Guerreiro, no Cassino do Chacrinha, em 1988. Ganhou um especial de fim-de-ano em 1991, o Ri-Retrospectiva, no qual fez uma
brincadeira com o presidente Fernando Collor. Mas foi a amizade com o presidente Collor fez sua carreira desmoronar. Freqüentava a Casa da Dinda e, segundo a Revista Veja (19/12/2001, reportagem de Ricardo Valladares), era o "bobo da corte" do presidente alagoano. A revista diz ainda que João Kléber "perdeu o emprego que tinha na Rede Globo e, de vinte shows por mês, sua agenda passou a não registrar mais do que um ou dois. 'Um monte de gente me virou a cara', choraminga ele."
Ficou anos sem aparecer, e reapareceu fazendo umas pontas em A Praça é Nossa. Lá, interpretava a si próprio, conversando com Carlos Alberto de Nóbrega, até que "baixava um santo" de alguma celebridade nele, e ele começava uma série de imitações. Quando surgiu a RedeTV! no lugar da Manchete, em 1999, foi contratado. E "foi mandado embora da emissora Rede TV a chutes e pontapés depois de quase levá-la ao fracasso", segundo o
Canal da Imprensa.
Na verdade, até que começou bem na nova emissora, após tantos anos fora da mídia. Exibia pegadinhas, fazia personagens, dava risadas... sua equipe passou a produzir pegadinhas próprias (tudo combinado, é verdade...) gravadas em Osasco e outras cidades próximas da sede da emissora, que foram até vendidas em DVD pela RedeTVShop e são campeãs de audiência no YouTube. Numa "fase séria", como diz o amigo Igor C. Barros, fazia assistencialismo e sensacionalismo com casos bizarros e brigas de família.
A crise começou a degringolar em 2002, quando Claudete Troiano, à frente do Note & Anote da Record passou a acusá-lo de
exibir histórias falsas e enganar o público. As duas emissoras, ao vivo, exibiram em 22 de maio daquele ano uma cena histórica e lamentável: ambos os apresentadores trocando acusações um contra o outro, cada um em seu canal! E Kléber saiu xingando e ironizando a religiosidade dos bispos evangélicos controladores da Rede Record.
Depois, veio o Ministério da Justiça. Ele puniu a RedeTV!, obrigando-a a exibir programetes educativos no lugar de João Kléber, proibindo as pegadinhas, acusadas de ofender minorias como as mulheres, os homossexuais e os deficientes físicos. A emissora chegou a ficar 24 horas fora do ar. Ao mesmo tempo, muitas críticas começaram a aparecer sobre o modus operandi de João no comando de seus programas: o "embromation" para segurar a audiência, interrompendo a todo momento o andamento dos quadros, criando suspense por nada. E a gota d'água: a esposa de Kléber o trai com um ator do teste de fidelidade, pondo fim ao casamento.
A carreira de João Kléber no Brasil acabou (ou "deu um tempo"), e ele foi parar em Portugal, onde faz relativo sucesso com o mesmo estilo de programa. Deixou de ser humorista, definitivamente, para comandar seu "circo".Diante de tudo isso, se é que você teve a paciência de ler tudo, volta a pergunta. Assista novamente o vídeo de João Kléber surtando ao vivo e responda. O que é que se passava na cabeça dele para dizer tudo aquilo?
João Kléber chama Marcos Mion de moleque!
No programa "Você na TV", da RedeTV!, do dia 25 de março, João Kléber desabafou no ar, ao vivo, sobre a brincadeira feita por Marcos Mion, em seu programa "Descontrole", da Band. Na brincadeira, Mion insinuava que as atrações apresentadas por João Kléber são combinadas, citando claramente o quadro "Teste de Fidelidade", do "Você na TV". João Kléber não gostou nem um pouco. Na noite do dia 25 de março, enquanto apresentava o quadro "Tudo por Amor", onde um rapaz desprezado pela namorada ameaçava se suicidar em pleno palco, João Kléber encarou a câmera e respondeu direto a Marcos Mion. "Pega uma situação dessa pra resolver. Nessas horas, tu não tem que ser apresentador, tem que ser homem. Admira-me uma televisão do gabarito que é, ter um cidadão desse trabalhando. Como que uma televisão pode dar um programa pra um garoto apresentar fazendo graça. Amanhã tu vai pagar pela língua que tu tem! Tu vai pagar pela brincadeira que tu faz com os outros, pela irresponsabilidade!", declarou nervoso João Kléber. O apresentador da RedeTV! disse que é uma pessoa que se envolve com as coisas que faz. "As pessoas acham que é brincadeira", afirmou. Ainda exaltado, João Kléber pediu ética profissional entre colegas. "É uma vergonha! Cresce e aparece, moleque!"
João Kléber desabafa em seu programae chama Marcos Mion de moleque irresponsável
No dia seguinte, Marcos Mion respondeu às declarações de João Kléber fazendo cena. Com cara de preocupado, Mion iniciou o programa do dia 26 de março como se algo muito grave houvesse acontecido no palco, ensaiando um sensacionalismo.
Depois de alguns minutos, a revelação: "Sabe o que aconteceu? Na verdade, não aconteceu nada! A gente só quis mostrar para vocês o quanto é ridículo e como é fácil fazer um clima na televisão. É muito simples: só fazer um climinha, botar meia dúzia de palavras e enganar todo mundo. Aqui, a gente não engana todo mundo. Aqui, a gente faz e mostra. A gente joga limpo."
Promotor da baixaria
Ana Carolina Riguengo
Chega a tarde. Os portões se abrem e todos aguardam pela chegada da atração principal. As luzes estão acesas e apontam para o centro do picadeiro de onde surge o palhaço. Mas em respeito aos profissionais do circo vamos chamá-lo de "mestre da baixaria". A justificativa por tal titulação: a falta de bom senso e ética diante das câmeras. O contemplado é um João, que um dia se aventurou pelo mundo da televisão e tinha a pretensão de ser chamado humorista. Mas acabou pegando fama de disseminador de contentas.
João Kleber trabalhou durante 18 anos ao lado do humorista Chico Anísio, na rede Globo, mas foi demitido por manter relações amistosas com o ex-presidente Fernando Collor de Melo. Mas não demorou muito, a amizade já tinha lhe rendido um outro emprego e mais uma vez, numa emissora televisiva: a Rede TV.
E pra compensar a demissão, João Kleber acabou ganhando espaço em sua nova emissora com dois programas dos quais ele podia se gabar por ser o centro das atenções, Eu Vi na TV e Tardes Quentes. Nos programas eram exibidos quadros dos quais o povão se escangalha de rir da desgraça alheia, o apresentador deixava a ética de lado pra abrir alas a baixaria. Ridicularizando homossexuais, idosos, mulheres e deficientes físicos. Sem esquecer é claro, dos casais que se submetiam as famosas "pegadinhas" e aos "testes de fidelidade" que eram expostos nos programas.
Feitiço contra o feiticeiro
Depois de muito ter rido dos maus lençóis em que os participantes se colocavam, foi a vez do próprio João Kleber ser motivo de chacota. Sua esposa, Wanya Engydio Barros o traiu com o próprio ator das "pegadinhas" do Eu vi na TV.
A ex-mulher de João Kleber aparece sempre ao lado do atual companheiro, dirigindo o Mercedes que está no nome do apresentador, mas sob os cuidados de Wanya enquanto o divórcio não é oficializado. Wanya foi casada com João Kleber durante nove anos. Porém, antes de se tornar esposa do ex-apresentador, já tinha notoriedade por ter sido amante de políticos como Paulo César Farias e Pedro Collor de Melo.
João Kleber foi mandado embora da emissora Rede TV a chutes e ponta-pés depois de quase levá-la ao fracasso. Por exibir imagens “calientes” em horários impróprios e divulgar mensagens preconceituosas contra grupos e etnias da sociedade, o Ministério Público Federal acabou processando a emissora pelo mau comportamento do apresentador.
Agora, João Kleber virou alvo de gozações e ódio por parte do público, sob ameaça de destruição do próprio apartamento. Até fizeram uma comunidade no site de relacionamentos Orkut com o título: "Odiamos o João Kleber". Apesar de tudo, ele capaz de dizer que muitos o esperam em Portugal para a construção de novas programações. Ou é muita hipocrisia ou ele realmente é vítima do complexo de superioridade.
Mas não adianta só malhar o João Kleber. Quem sabe ele até ficou lunático depois de ter sido alvo de escândalos, fofocas e especulações. Ele mesmo declara que "um dia foi feito de palhaço e agora está se divertindo fazendo o público encarnar o seu antigo papel", pelo menos foi o que ele declarou no polêmico site cocadaboa.com. Mas o que levou João Kleber a pensar que seus programas caiam nas graças do público?
Está certo que seus programas mantinham um nível de audiência, comparado ao do telejornal da Rede Bandeirantes. É um paradoxo que chega ser ridículo, pois o mesmo público que se envolve em campanhas de ajuda humanitária e se comove com tristes histórias do cotidiano, também gosta, mesmo que por curiosidade, de ver a desgraça alheia.Certamente João Kleber terá dificuldades para recuperar sua imagem de “profissional do humor”. Sua fama de promotor mor da baixaria ganhou proporções nacionais. Mas de tudo tem-se que tirar uma lição, o público precisa rever seus valores e conceitos antes de perder tempo na frente da televisão. Isso chega a ser um comentário redundante, mesmo assim muitos esquecem de selecionar o que vê na telinha.
Olha só, em 2 minutos ou muito mais a gente acha mais sobre o João Kléber!