terça-feira, 20 de janeiro de 2009

Alguém tem de parar

Texto escrito por João Carlos Viegas.

Quando eu era menino e brigava com meu primo, minha avó dizia: “Alguém tem de parar.”. Quer dizer, um dos dois tinha de parar para que a briga não começasse. E eu fico pensando que, no Oriente Médio; alguém tem de parar. Israel alega que bombardeia a Faixa de Gaza porque o Hamas usa esse território como base para jogar foguetes katiúchas em território israelense. Palestinos então se lançam em sacrifício porque Israel é uma ameaça à terra deles. Alguém aí tem de parar para que o outro não saque uma justificativa para continuar atacando. E Israel soube parar quando Sadam Hussein – numa resposta aos aliados que retomavam o Kwait invadido pelo Iraque – passou a bombardear território israelense. Naquele instante, reagir às bombas do ditador iraquiano seria dar razão para que países mulçumanos tomassem partido do Iraque. O que, naquele momento, seria empurrar o mundo para uma guerra de proporções mundiais. Os aliados retomaram o Kwait, Sadam calou a boca e a vida continuou. Naquele instante histórico, saber parar foi fundamental e mais do que nunca reforça a tese da minha avó que – quando uma briga começa – alguém tem de saber parar ou a pendenga não termina nunca.A situação no Oriente Médio é complexa mas a fórmula de resolver é simples como a teoria de minha avó. Principalmente, porque todas outras estratégias já foram tentadas e tantos acordos de paz já foram assinados. Agora, não é momento para discutir ou teorizar. Alguém aí tem de parar ou isso nunca vai terminar. Que Israel segure o seu poderio militar; que a autoridade palestina imponha a lei ao Hamas. Resumindo: alguém tem de parar e quem fizer isso ganha essa guerra. Só espero que – ao vencer a guerra – tenha a grandeza de estender a mão ao derrotado. Senão, começa tudo de novo.

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