terça-feira, 14 de outubro de 2008

William Bonner - Reportagens sobre o Mário [2]

Jornal/Revista: Jornal do Brasil
Data de Publicação: 20/7/1988
Autor/Repórter: Lina de Albuquerque

EXEMPLO DE INTEGRIDADE

Mário Vasconcellos foi escolhido para ser um dos apresentadores do "Fantástico"

SÃO PAULO - O velho Cid Moreira, locutor-emblema da Rede Globo, e a ultimamente muito requisitada Doris Giesse, anchorwoman e festejada descoberta do Jornal de vanguarda da Bandeirantes, dizem não saber de quem se trata. "Será um bem comprido?", "se já o vi, foi só de sopetão". Foi com observações assim que os dois reagiram ao serem informados de que o global Mário Vasconcellos, o rosto bonito que há dois anos vem marcando presença nas três edições do telejornalismo paulista (atualmente, no SPTV, 3ª edição), será a partir de agosto, um dos três apresentadores do Fantástico, ao lado do experiente Sérgio Chapelin e de Valéria Monteiro, apresentadora do RJ TV, 2ª edição.

Mas para as fãs paulistas, que atulham o estúdio da Globo em São Paulo com insistentes cartinhas apaixonadas desde que Mário Vasconcellos por lá aportou, a noticia certamente causará alvoroço. Para ele, ingressar no Show da vida poderá significar, de quebra, volumosas contribuições para a tese de mestrado que vem escrevendo e que pretende defender na Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo (USP) - uma análise socioeconômica da telespectadora, baseada nas milhares de cartas que recebe.

"Mário Vasconcellos tem a vantagem de não ter se tornado bobo por causa de sua beleza", opina Leda Nagle, apresentadora do Jornal hoje na Globo. "Ele não possui apenas uma face anatomicamente perfeita, mas também uma emissão de voz poderosa", observa Celso Kinjô, editor responsável, em São Paulo, pelo jornalismo global. "Não é um apresentador no sentido clássico, porque gosta de participar do processo de confecção do jornal," diz Kinjô, "mas ele é muito jovem: se o estrelato não lhe subir à cabeça, a sua carreira deslanchará". Mário, um paulistano de 24 anos, garante que a notoriedade o incomoda, contra todas as evidências, diz que não se acha bonito - "as luzes da tv disfarçam, por exemplo, o meu nariz gigantesco", chama atenção - afirma que no momento está preocupado apenas em investir mais no aprendizado.

Nos corredores da emissora, conta-se que no mês passado, ao substituir o apresentador Carlos Tramontina no matinal Bom dia São Paulo, Mário passou por maus bocados. Atrapalhava-se com algumas entrevistas mais curtas, sobretudo custou a se habituar com o novo horário - teve que se sujeitar a acordar às 4 da manhã, e não mais ao meio-dia, como está acostumado. No final do mês, porém, o saldo foi favorável: "ele conseguiu passar credibilidade", constatam em uníssono, o substituído Tramontina e o editor do programa, José Mariusantana. Agora, quando Mário pensa que as coisas voltaram enfim à rotina, a Globo o convida a enfrentar novo desafio. Para apresentar o Fantástico, ele terá um acréscimo de apenas 30% no seu salário - que em hipótese alguma concorda em revelar -, mas ganhará, por outro lado, a oportunidade de ser reconhecido nacionalmente.

Nada mal para um rapaz excessivamente tímido que trocou um morno começo de carreira publicitária pelo telejornalismo. A sua primeira aparição no vídeo, como apresentador de um extinto programa de variedades na Bandeirantes, o Oito e meia, comandado por Roberto de Oliveira, não está tão distante assim no tempo. Em 1985, ele foi chamado por duas colegas da Escola de Comunicações e Artes da USP, na época produtoras do programa, para ler em off o resumo das notícias do dia. Elas logo perceberam que Mário estava na função errada. Depois de um ano na Bandeirantes, onde apresentou também o Jornal de São Paulo, a Globo lhe acenou com um salário três vezes superior. Hoje, é um veterano. "Mário está cada vez mais seguro", elogia uma das duas "madrinhas", Eliana Sanches, atualmente editora-assistente de artes e espetáculos da revista Veja. O único problema, seus 5,5 graus de miopia, é resolvido, diante das câmeras, com lente de contato.

Solteiro, morando sozinho há um ano num apartamento de um quarto na movimentada Rua Caio Prado, no centro da cidade, Mário anda preocupado, ultimamente, com o aumento do número de telefonemas que recebe. Em uma hora de entrevista, por exemplo, foram nada menos de oito vezes, quase sempre com vozes femininas do outro lado. Os poucos livros na estante, entre eles Estrela da vida inteira, poemas reunidos de Manuel Bandeira, atestam que o trabalho tem sido uma preocupação quase exclusiva em sua vida. Na parede de sua sala, um poster em tamanho natural do ator americano Humphrey Bogart. Em outro canto, uma máscara de porcelana do mesmo ídolo. "O seu personagem Rick, de Casanova, é o exemplo máximo de integridade", entusiasma-se ele. Para Celso Kinjô, no entanto, exemplo de integridade seria o próprio Mário Vasconcellos. "Ele tem excelente caráter, respeita os mais velhos e reúne todos os instrumentais de um bom apresentador", enumera Kinjô - e aposta: "Daqui a dez anos, estará no ponto".


Jornal/Revista: O Globo
Data de Publicação: 18/9/1988
Autor/Repórter: Adriana Martuchelli

O DIA EM QUE MÁRIO VASCONCELLOS VIROU NOTÍCIA

Domingo passado, 11 de setembro, foi um dia marcante, e inesquecível na vida de Mário Vasconcellos, locutor paulista de 24 anos que começou na Rádio USP, ainda na faculdade, passou pela TV Bandeirantes e, ultimamente, vinha apresentando o SP TV: nessa data, ele foi apresentado a todo o Brasil quando, em companhia de Valéria Monteiro e Sérgio Chapellin, estreou na nova fase do "Fantástico".

Mário Vasconcellos, paulista, 24 anos, 1,84m de altura, signo de escorpião, solteiro e atualmente disponível, chega a estar assustado com a mudança em sua vida e teme por sua privacidade, que considera ameaçada.

Sua carreira profissional, ele começou quando estava na faculdade, trabalhando como locutor na Rádio USP. Depois, foi contratado pela TV Bandeirantes, em São Paulo, para fazer a locução do programa "Oito e meia", sem aparecer no vídeo.

Na telinha, ele estreou em setembro de 1985, quando começou a apresentar o ''Jornal Local", ainda na TV Bandeirantes, e em junho de 1986 foi convidado pela TV Globo de São Paulo para apresentar o "SP TV - 3ª Edição" e, mais tarde, o "SP TV - 2ª Edição, .

Agora, além de ser o mais novo apresentador do "Fantástico", nesta nova fase do programa, em companhia de Valéria Monteiro e Sérgio Chapellin, ainda substitui Eliakim Araújo, que está de férias, na apresentação do ''Jornal da Globo".

Sobre as muitas notícias que ele já transmitiu para o público, Mário diz que a da decretação do Plano Cruzado foi a que mais o agradou. A de que não gostou, nem um pouquinho, e que preferia não ter dado, foi a morte de Chacrinha, e diz por quê:

- Detesto dar notícia de morte. Acho a morte sempre trágica.

Mário se mostra consciente de que sua privacidade estava ameaçada, desde que entrara para a televisão, mas não imaginava que a estréia no "Fantástico" mudasse tanto as coisas:

- Em São Paulo, onde era mais conhecido, as pessoas me olhavam muito na rua, mas não chegavam perto. Quando perguntavam se eu era o rapaz que apresentava o jornal da televisão, geralmente eu negava.

Aqui no Rio, que ele acha visualmente muito bonito mas também muito agressivo, ele nem freqüenta barzinho porque teme um assédio muito grande e praticamente só sai de casa para caminhar, todas as manhãs, do Arpoador ao Leblon.

Muito sensível, embora também muito irônico, Mário prefere ficar em casa lendo, ouvindo música (de Legião Urbana a "Valsa das flores") ou escrevendo crônicas e poesias.

Mas também admite que embora não goste de se envolver com as fãs, porque elas só o procuram porque ele trabalha na TV, aprecia ler suas

cartas e diz que as senhoras o tratam mais como um filho, o que atribui à imagem de bom moço que ele passa na televisão.

- Teve uma, inclusive, que exigia que eu a chamasse de mãe - conta.

PARA OS COLEGAS, BONITO E CHARMOSO

- "Mário é um ótimo colega. Tem um astral muito bom e sempre brinca com o pessoal que trabalha com a gente. Ele é muito bem humorado, embora passe uma Imagem muito séria pela televisão, porque Isso é preciso para ser apresentador de jornal. Eu o acho muito bonito, mas isso não é o mais importante. Um apresentador não precisa ser um símbolo sexy." - Valéria Monteiro, jornalista e apresentadora do "Fantástico"

- "Mário Vasconcellos é muito bonito, charmoso, e é muito bom ver uma pessoa assim na televisão. Embora não o tenha achado sexy, acho que ele vai se tornar um símbolo sexual, porque as pessoas vão se acostumar a vê-lo no vídeo e uma pessoa bonita sempre vira símbolo." - Luiza Brunet, modelo

- "Eu já trabalhei com o Mário e o acho legal. Ele é um ótimo colega de trabalho e é muito competente. É muito bonito, mas não é metido por causa disso. Eu nunca pensei nele como um símbolo sexy, mas acho que ele pode vir a ser um." - Leda Nagle, jornalista e apresentadora do ''Jornal Hoje"

- "Ele tem cara de bom garoto e para apresentar telejornal tem que ser. assim, mesmo. Não o acho Inovador. Ele é, sem dúvida, um gatinho, mas não chamou minha atenção, acho que precisa aparecer algo novo, alguém mais louco. Ele é muito certinho." - Monique Evans, atriz e modelo

- "Ele tem uma voz muito bonita e parece ter anos de profissão. Além disso, tem um bom entrosamento com a câmera. Acho um tipo diferente, não é bonito, mas muito charmoso. - Flávia Monteiro, atriz

Jornal/Revista: Folha de S. Paulo
Data de Publicação: 21/7/1989
Autor/Repórter:

PROJETO DE 'JORNAL DA GLOBO S.PAULO' ADIADO

A Rede Globo alterou o projeto de regionalização do "Jornal da Globo", exibido às 23h30. No próximo dia 31, o telejornal passa a ter um bloco de seis minutos com notícias de São Paulo, apresentado por Luiza Sarmento. O projeto previa estréia do "Jornal da Globo o Paulo", de 30 minutos de duração, apresentado pela locutor e Mário Vasconcellos. Ele já apresenta o "Jornal da Globo", no lugar de Eliakim Araújo. O diretor de telejornalismo comunitário da emissora, Woile Guimarães, informou que a mudança foi determinada pelo vice-presidente de operações, José Bonifácio de Oliveira Sobrinho. Boni já tinha adiado a versão paulista do telejornal por três vezes. Foi ele mesmo quem teve a idéia de regionalizar o "Jornal da Globo", no final de 88.

Woile Guimarães disse que estranhou a decisão de Boni. Afinal, o estúdio da Globo, em São Paulo, foi todo reformado em função da regionalização do telejornalismo noturno da emissora, que vinha sendo desenvolvido há oito meses. Estavam previstos "Jornais da Globo" de Brasília e Belo Horizonte.

Somente algumas emissoras afiliadas à Globo que possuem estrutura operacional independente executaram à risca o projeto de regionalização do telejornal das 23h30. No dia 27 de março, a TV Cabugi, de Natal (RN), colocou no ar o seu "Jornal da Noite", de 30 minutos de duração. Um mês depois, foi a vez da TV Verdes Mares, de Fortaleza (CE), estrear um jornal com o mesmo nome. Em 24 de abril, a Rede Brasil Sul colocava no ar o "RBS - Rio Grande do Sul", feito em Porto Alegre. Na mesma época preparava a estréia do "RBS - Santa Catarina", produzido em Florianópolis.


Jornal/Revista: O Globo
Data de Publicação: 17/12/1992
Autor/Repórter:

EDIÇÕES EXTRAORDINÁRIAS

Nada será como antes no jornalismo da Rede Globo em 93. A começar pelo "Jornal da Globo", que passará a ser gravado e produzido em São Paulo. Independentemente de Lilian Wite Fibe aceitar o convite para dirigir e apresentar o telejornal, é certo que a equipe não ficará no Rio. Mas as surpresas não param por ai. O "Jornal Hoje" também terá um novo integrante. É Mário Vasconcellos, que, além de divulgar as notícias, vai dividir o comando do programa com o editor-chefe Marcelo Matte. Já Valéria Monteiro voltará ao "Fantástico" em janeiro, ao lado de Isabela Farias e Celso Freitas. Não é tudo. Direto de Nova York, Paulo Francis terá um quadro diário no "Jornal da Globo", no qual fará análises dos telejornais americanos. E, por enquanto, é só..


Jornal/Revista: O Globo
Data de Publicação: 7/4/1993
Autor/Repórter: Adriana Ferreira

DE OLHO NAS MULHERES DA TARDE

As noites de Mário Vasconcellos serão mais longas. Em compensação, as suas manhãs ficarão bem curtas. A partir do dia 19 de abril Mário não estará mais no "Jornal da Globo" - que será ancorado por Lilian Witte Fibe - e passará a comandar o "Jornal Hoje". Além de apresentar o telejornal, ele estará diante de um grande desafio para os seus 29 anos: assumir o cargo de editor-chefe. Um dos objetivos principais será o de ficar mais próximo do telespectador feminino, apontado como o público alvo do "Hoje".

Mário Vasconcellos deverá estar com os seus olhos voltados para a mulher 90. E para seduzir a ala feminina o novo editor-chefe do "Hoje" pretende combinar o noticiário do dia a dia com reportagens de serviço, do interesse da dona-de-casa.

- Teremos um bloco de defesa do consumidor, por exemplo. Vamos falar também de saúde, beleza. Pretendemos tratar a moda como algo palpável e não inatingível. Já nas reportagens que abordam assuntos mais importantes, pensamos em incluir algumas análises. Isto pode ajudar o público a entender temas que estão um pouco longe da sua realidade imediata - explica.

Mário confessa que levou um "baita susto" com o convite para ficar à frente do "Hoje". Sempre gostou de edição, algo que fez muito em São Paulo. No Rio, conta, trabalhava ao lado de editores-chefes e até dava palpites no que estava acontecendo. Chegou a imaginar que, um dia, poderia chegar a um cargo de editor. Mas, para ele, esta possibilidade surgiria somente quando "chegasse aos 35 anos".

- Se a história me passou uma rasteira e me colocou diante deste desafio, preciso me empenhar ao máximo. Mais ainda: tenho que delegar a minha equipe esta mesma responsabilidade. Trabalho em televisão não anda se todos os envolvidos não estiverem entrosados - ensina.

Uma linguagem solta, bem próxima do coloquial é uma marca que Mário quer imprimir ao "Hoje" para "conversar mais com o telespectador". Da mesma forma, os repórteres terão mais liberdade em seu trabalho. Os cenários do "Hoje", porém, não sofrerão modificações agora.

Em um momento em que a Globo está procurando modificar a linguagem dos seus jornais de ponta - o "Hoje" e "Jornal da Globo" - é necessário que o "Hoje" desenvolva o seu charme e personalidade - pensa.

Há três anos e nove meses no "Jornal da Globo", Mário se despede no dia 16 de abril. Mas já está freqüentando os corredores da emissora na parte da manhã para "ver como é a correria do "Hoje". Ele ainda vai apresentar aos sábados, revezando com Léo Batista e Carlos Nascimento, o "Jornal Nacional". No dia 19 de abril, Mário estréia, ao lado de Cristina Ranzolin que também fará reportagens - apresentando a nova cara do "Hoje". Enfim, o novo editor-chefe vai mostrando o que ele considera ser um bom telejornal.

- Acho que é aquele que fornece informação o tempo todo sem que o telespectador se sinta tentado a mudar de canal. E para isto, é necessário uma mistura muito equilibrada de técnica, de arte e feeling - diz.

É isso aí, Mário.

Jornal/Revista: Jornal do Brasil
Data de Publicação: 20/4/1993
Autor/Repórter:

BOAS NOVAS NO 'HOJE'

O telejornal Hoje mudou muito mais do que parece à primeira vista. A novidade não se resume à presença de Mário Vasconcellos como locutor permanente. A escolha de Mário é significativa porque marca o fim de certos preconceitos que até há pouco regiam as apresentações dos telejornais: de manhã e à tarde, a Globo costumava, preferir locutoras mulheres; à noite, reinavam soberanos os homens. Agora, o Jornal Nacional e o Jornal da Globo têm mulheres na linha de frente da telinha (Valéria Monteiro e a excepcional Luiza Sarmento) e o Hoje, com Mário, inicia uma nova fase, que privilegia matérias de serviço e defesa do consumidor, além de um maior investimento em investigações policiais com um tratamento visual discreto, à base de desenhos. Um exemplo da estréia: a reportagem sobre o funcionamento dos fornos de microondas, que culminou numa receita de prato de massas. Em matérias de serviços, porém, há muito a ser feito para se evitar o tom de merchandising da noticia. O melhor rendimento ficou mesmo com as reportagens policiais, muito bem feitas. Quanto à inventividade, não há o que supere o Esporte espetacular, exibido aos sábados, de longe o melhor telejornal da Globo, mesmo quando derrapa, aqui e ali, no exagero das gracinhas. Como não há tempo hábil para se imprimir a mesma sofisticação a um telejornal diário, o Hoje poderia, ao menos, continuar a sublinhar a distância entre reportagem e propaganda.

Jornal/Revista: O Globo
Data de Publicação: 14/3/1998
Autor/Repórter:

MÁRIO VASCONCELLOS E ISABELA FARIAS FARÃO JUNTOS A APRESENTAÇÃO DO JORNAL NACIONAL

Luiza Sarmento volta ao 'Jornal da Globo' e Sandra Annenberg vai para o 'Hoje'

Mário Vasconcellos e Isabela Farias voltarão a atuar lado a lado. No fim do mês, quando entrar no ar a nova programação da Rede Globo, os dois estarão apresentando o "Jornal Nacional". Ainda surpresa com a noticia, Isabela diz que precisará de um tempo para assimilar a idéia:

- Ainda estou zonza, eu não acredito que vou apresentar o maior telejornal do país - diz a jornalista.

A mudança no principal telejornal da emissora acarretará alterações nos quadros de outros. As novas duplas de apresentadores estrearão em 29 de março. A partir desse dia. um domingo, Carla Vilhena - até então substituta oficial de Isabela Farias - passará a ocupar definitivamente o posto de apresentadora do "Fantástico", dividindo a bancada com Pedro Bial.

MÔNICA WALDVOGEL PODE APRESENTAR O "BOM DIA, BRASIL"

Entre as principais mudanças estão a volta de Luiza Sarmento ao "Jornal da Globo". A jornalista, cujo vinculo com a Globo terminara em 8 de março, renovou contrato esta semana e acertou sua volta ao telejornal que comandou entre 1993 e 1995. Sandra Annenberg, que está apresentando o noticiário noturno, assumirá o "Jornal Hoje". Ela conta que não ficou surpresa:

- Como há muito tempo vem-se fazendo todo tipo de especulação, tudo passou pela minha cabeça, inclusive esta possibilidade. Eu gostei muito da proposta que me fizeram e achei que, de maneira geral, as soluções foram muito acertadas.

Até então titular do "Hoje", Mônica Waldvogel - cujo contrato na Rede Globo está prestes a vencer - foi convidada a apresentar o telejornal "Bom dia, Brasil". A jornalista, que está entrando de férias, já não comandará nem apresentará o "Hoje" a partir da próxima segunda-feira.

Ana Fonseca acha a escolha de Isabela Farias perfeita para o "Jornal Nacional":

- A Isabela tem as duas qualidades fundamentais para esta função. E experiente e conta com a simpatia do público. Eu a conheço há 12 anos. Trata-se de uma colega de trabalho exemplar, que nunca fala mal de ninguém. E os dois tem uma história profissional individual sólida; nunca fez aquele marketing bobo. Já Carla Vilhena é perfeita para o "Fantástico", tem cara de festa.

Os jornais locais também mudam. Carlos Nascimento assume o "Bom dia. São Paulo". Em seu lugar, no "SP-TV 2a edição", entra Carlos Tramontina, até então substituto oficial de Nascimento. Tramontina, que dividirá a apresentação com Débora Menezes (atual apresentadora da edição paulista do "Globo Esporte"), ficou animado com a mudança:

- Fui editor do "Bom dia. São Paulo" sete anos e meio, e do "SPTV 1- edição" por um ano e meio, mas esse é o maior desafio da minha carreira. Vou apresentar o noticiário local mais importante, que é exibido no horário nobre, tem o maior público e mostra o resumo de todas as principais notícias do dia - vibra.

MÁRIO E ISABELA JÁ HAVIAM FEITO O "JORNAL DA GLOBO"

O "SP-TV 1ª edição" ficará a cargo de Mariana Godoy e Pedro Tom. No Rio, Cláudia Cruz assume o "RJ-TV 1ª edição", enquanto Renata Capucci fica com o "RJ-TV 2ª edição". O "Bom dia. Rio" continua com Márcio Gomes. Ele entrou no telejornal a princípio provisoriamente, para substituir Isabela Scalabrini, que saíra de férias. Mas acabou ficando no posto depois que ela foi transferida para Belo Horizonte:

- Fico feliz, adoro o telejornal. E a Isabela Farias é perfeita para o "Jornal Nacional", é carismática e tem credibilidade.

Mário Vasconcellos e Isabela Farias já haviam compartilhado a mesma bancada: os dois apresentaram o "Jornal da Globo" entre 1989 e 1993.


Jornal/Revista: O Estado de S. Paulo
Data de Publicação: 29/8/1999
Autor/Repórter: Carla França

"O 'JN' É A NOSSA DROGA"

Mário Vasconcellos e Isabela Farias comemoram juntos os 30 anos do programa

Quando o Jornal Nacional foi ao ar pela primeira vez, Mário Vasconcellos, de 35 anos, e Isabela Farias, de 36, estavam no primário. Hoje, titulares da bancada, falam com orgulho sobre como é atuar no noticiário mais antigo da TV brasileira.

Estado - Qual a primeira lembrança sobre o JN?

Mário Vasconcellos - Era moleque, mas lembro da primeira edição. Quando dividi a bancada com Cid Moreira, em 1989, não parava de olhar para ele, de tanto orgulho.

Isabela Farias - Na minha primeira reportagem, em 1987, fiquei surpresa com a quantidade de pessoas envolvidas no processo. E no verão de 88, levei um susto. Era a primeira vez que eu entrava ao vivo no JN, fui cobrir enchentes no Rio. Quando peguei as anotações, estava tudo borrado. Acabei falando de improviso.

Estado - Como sentem a responsabilidade?

Isabela - Nesse um ano e meio, tenho aprendido diariamente.

Mário - Não é uma atividade qualquer. É uma honra suprema pôr esse negócio no ar. O JN é a nossa droga, somos dependentes.

Estado - Como lidam com as críticas?

Mário - Se quisessem discutir algo há 20 anos, podia até ser. A linha editorial passou por mudanças desde que Evandro Carlos de Andrade assumiu a Central Globo de Jornalismo. Foi quando os apresentadores passaram para a equipe de produção e conteúdo, quando o jornal ganhou agilidade. Acho hipocrisia e preconceito, principalmente da mídia, que acusa o JN de não aprofundar os assuntos ou ser oficialesco. Não é verdade. Não há assunto proibido.

Isabela - Todos os jornais impressos e os demais telejornais fazem o mesmo que a gente. É uma questão de visibilidade.

Estado - Alguma gafe?

Mário - Há o mico clássico. Quando voltei das férias, em novembro de 97, desejei boa noite antes do jornal acabar. Não foi a primeira vez nos meus 14 anos de telejornalismo. Espirro é coisa que me dá vontade sempre, por causa da maquiagem, mas a adrenalina deve inibir. Quando exibem imagens, aproveito para espirrar.

Estado - Qual é sua rotina?

Isabela - Chegamos na Globo às 14 horas, para a reunião de pauta. Além de fazer textos, sirvo de S.O.S para novos repórteres do JN. Dou toques, sei como funciona a coisa. Vamos embora logo depois do jornal.

Mário - Mal nos vemos na redação. Às vezes, tomamos um café. Se há alguma notícia que ela tenha em primeira mão, ela me manda mensagem por computador.

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